Introdução
Qualquer um que esteja na área já ouviu falar pelo menos uma vez sobre alguma certificação para um determinado produto ou tecnologia. Com isso, surge a curiosidade de entender quais são as possibilidades no mercado e quais serão os possível retornos de investir em tal processo.
Assim como no caso da faculdade, em muitos casos as pessoas associam o simples fato de “possuir a certificação” ou “ter uma graduação” como garantia de alguma coisa. Como tudo na vida, o resultado positivo dependerá do seu empenho e capacidade de absorver e expor os conhecimentos absorvidos no processo de estudo.
Na prática, o papel ou diploma sozinhos não servirão para nada, se você não for capaz de colocar em prática o conteúdo aprendido.
O início
Ingressei na área de TI oficialmente por volta de 2015, quando me inscrevi para fazer um curso técnico no Senac. Desde o início vi as certificações como uma porta de entrada para alcançar novas oportunidades no mercado de trabalho.
Conforme fui ganhando mais experiência e conhecendo melhor as possíveis áreas que eu poderia atuar, fui direcionando a minha carreira para a área de Cloud. No final de 2018 consegui um estágio para atuar diretamente em um papel voltado ao suporte/operação de ambientes em nuvem, com foco muito grande no ecossistema AWS.
Dentro da empresa éramos incentivados a passar pelo processo de certificação para aumentar o nosso domínio sobre os assuntos pertinentes a nossa função de trabalho. Por conta disso, iniciei o preparo para fazer a minha primeira prova da AWS.
Na época todas as provas ainda eram em inglês e eu possuía certa dificuldade para absorver conteúdos em inglês. Felizmente, com algumas aulas particulares ao longo de três meses e muito uso do Well Architected como material de estudo do idioma, comecei a pegar o jeito da coisa.
Do zero até a primeira certificação, levei cerca de 8 meses. A minha primeira prova foi a Solutions Architect Associate.
Mesmo com as dificuldades inicias com o inglês, devido a manter uma rotina constante de estudos e estar imerso em projetos envolvendo os serviços da AWS, acabei aprendendo bem rápido. Muito do que sei hoje foi também fruto do aprendizado deste período.
Por onde começar ?
O primeiro passo é decidir qual certificação faz mais sentido para os seus objetivos e background atual. A AWS possui um site específico que mostra quais são as certificações existentes e uma explicação sobre cada nível.
Só acessar o link e dar uma conferida: https://aws.amazon.com/pt/certification/
De forma resumida, temos atualmente quatro níveis de certificação: Foundational, Associate, Professional e Specialty. Ao avançar a cada nível na respectiva ordem, a dificuldade vai aumentando razoavelmente.
Apesar das recomendações oficiais, mesmo estando começando, acabei pulando o nível Foundational e fui direto para o Associate. Anos depois, acabei fazendo a prova Practitioner também, para ter uma ideia mais prática do conteúdo que é cobrado.
Pessoalmente acredito que se você está começando a trabalhar com Cloud agora e escolheu a AWS para começar, acho bastante válido iniciar pela Practitioner que está no nível inicial. Assim você ganhará mais confiança para fazer os outros níveis e estará mais acostumado com o formato de exame da AWS.
Essa prova te dará uma visão geral do que é a computação em nuvem e os principais conceitos, serviços e termos envolvidos no ecossistema. Além disso, ao ser aprovado em qualquer exame, você recebe um cupom de desconto de 50% para aplicar em qualquer prova. Uma forma interessante de ir progredindo sem que seja necessário investir uma grande quantia em dinheiro.
Nível das provas
No momento que escrevo este artigo, passei por três dos quatro níveis disponíveis:
- Foundational: Cloud Practitioner
- Associate: Solutions Architect
- Specialty: AWS Security
O nível Foundation é bem tranquilo para pessoas técnicas e também pode ser realizado por pessoas não técnicas que tenham interesse em aprender mais sobre Cloud.
Dependendo dos conhecimentos que você possui e da sua rotina de estudos, diria que é possível fazê-la em até três meses de estudo. Entendendo bem os conceitos e se acostumando com a sopa de letrinhas que são os serviços, ficará cada vez mais fácil de passar no exame.
No nível Associate chegamos ao ponto intermediário do conhecimento sobre a nuvem. Aqui termos um aprofundamento maior em boas práticas e uso prático dos serviços e tecnologias da AWS.
Temos três opções de prova: Solutions Architect, SysOps Administrator e Developer.
A escolha de cada exame vai depender do seu background técnico e de qual papel você deseja desenvolver. No fim das contas, as provas possuem muito conteúdo em comum, ainda que na prática exerçam ênfases diferentes. É muito importante ler o guia do exame para ter uma melhor noção do contexto de cada uma delas.
Aqui, considero que até entre 4 e 9 meses seja um bom período de preparação, variando com a sua dedicação e experiência.
A partir das Associates, é interessante que você já comece a colocar a mão na massa e ir fazendo laboratórios para praticar o uso dos serviços.
Como ainda não fiz nenhuma prova do nível Professional, não irei comentar sobre elas. Quando for o caso, voltarei aqui e acrescentarei as minhas considerações sobre este nível.
No nível Specialty o aprofundamento do conhecimento é um requisito consideravelmente maior do que as provas de nível Associate, por exemplo.
Senti aqui que a experiência profissional trabalhando com AWS pesou muito mais do que nos outros exames. As perguntas são bem detalhistas e é necessário ter “muitos quilômetros rodados” interagindo com os serviços e projetos relacionados a AWS.
Tem uma série de provas neste nível: Security, Networking, Machine Learning, etc.
Apesar de não ser obrigatório ter passado pelos outros níveis, não vejo sentido em fazer diretamente uma prova como essa. Devido a profundidade dos temas cobrados, a prática constante deixa de ser recomendada e torna-se obrigatória.
Por ser do tipo especialista, o pilar que forma o tema da prova será visto em um nível bastante profundo. Do momento que pensei em fazer a prova até o efetivamente fazê-la, levei cerca de 3 anos para realmente me sentir preparado.
Apesar de sempre estar envolvidos nos assuntos de segurança, este não era o meu papel principal. Por conta disso, acabava tendo um menor com tato com os serviços de segurança que seriam cobrados na prova.
Ao longo dos anos fui estudando sobre o tema e aprendendo cada vez mais sobre a stack de segurança oferecida pela AWS. Assim consegui prestar o exame com sucesso e ser aprovado na primeira tentativa.
Sem sombra de dúvidas, foi a prova mais difícil que fiz até o momento.
Conclusão
Após todo esse tempo, ficou ainda mais nítido o quanto é importante não pular etapas, construindo o nosso conhecimento degrau por degrau, unindo os estudos teóricos e a prática.
Posso dizer que passar por todas essas etapas para cada nível de certificação meu trouxeram muitos benefícios, pessoalmente e também profissionalmente. Pois aprendi a estudar de uma maneira eficiente para absorver os conteúdos e também aplicá-los na prática em ambiente de trabalho.
A experiência da certificação me ajudou a abrir muitas portas ao longo do tempo, como por exemplo, o primeiro trampo de SRE/DevOps Engineer.
Lembre-se, aproveite o processo.
Se você deseja se aprofundar no grande mundão que é a AWS, as certificações serão uma ponte bem sólida que lhe ajudarão a alcançar seus objetivos.
Youtube: https://www.youtube.com/@aprendaaws/videos
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